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A Câmara de Vereadores de Tijucas está sob a mira de investigação policial. Há menos de um mês, a presidência do Legislativo havia anunciado que encontrou irregularidades no pagamento de faturas de telefone. A suspeita era de que teria sido fraudada por um ex-chefe de gabinete, em 2014. E, na última quinta-feira, ele foi conduzido por policiais até a Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). No mesmo dia, foi solto e teve os pertences – que haviam sido levados pela polícia – devolvidos. As suspeitas sobre o ex-chefe de gabinete seriam, segundo a Deic, apenas a ponta de um iceberg.
Carlos Matias foi chefe de gabinete da Presidência da Câmara em 2013 e 2014. Na manhã da última quinta-feira, quando foi preso preventivamente e foi realizada busca e apreensão em seu apartamento, no centro de Tijucas, parecia que a polícia estaria dando sequência à investigação da suspeita de fraude em códigos de barras nas faturas de conta telefônica – denunciada ao Ministério Público e à Polícia Civil pela Câmara.
No entanto, no fim do mesmo dia ele foi solto. E logo foi divulgado pela Deic que a ação se tratava de parte da “Operação Iceberg”, que está sendo realizada pela Divisão de Crimes Contra o Patrimônio Público (DCCPP) há aproximadamente um ano sobre peculato, falsificação de documentos e formação de quadrilha. “A operação recebeu o nome de ‘iceberg’ em razão da suspeita de outros servidores e vereadores relacionados com as condutas criminosas”, justificou a Polícia Civil.
AINDA NÃO SABEM
De acordo com o atual presidente do Legislativo, Eder Muraro (DEM), a Deic ainda não fez contato com a Câmara. “Não nos comunicaram nada. Como não informaram os nomes dos investigados, nem o período, engloba todos”, comenta. Eder diz que os trabalhos da comissão que apura as contas no Legislativo já estão bem adiantados e que logo devem ser concluídos. “Temos que aguardar para ver. O Carlos deu o depoimento dele para a polícia. Não faço ideia do que deve ter falado, mas com certeza ele não está contente com a Câmara e nem a Câmara está com ele”, conclui.
“Não sou nenhum santo, não sou inocente!”
Carlos conta que optou por não chamar advogado enquanto esteve na Deic. Já tinha separado, antes mesmo da chegada dos policiais, um envelope com todo material do Legislativo que considerava ser útil aos investigadores. “Existiu um erro dentro da Câmara praticado por mim. Fui orientado pelo delegado a não falar detalhes. E se tiver mais envolvidos, cabe a polícia apurar. Não sou nenhum santo, não sou inocente! Tenho minha culpa no cartório, mas não posso indicar agora outras pessoas. Cabe à Deic investigar. E eu já sei que eles têm informações de bastante tempo”, ressaltou, após ser liberado.
O ex-chefe de gabinete garante que informou tudo que sabia à Deic. Sem revelar detalhes, ele diz que foi informado que a investigação começou há tempo. “Já quebraram meu sigilo bancário desde 2014. Uma viagem que fiz a São Paulo estava sendo seguido e não sabia. Estavam me monitorando”, revelou. Carlos deixou a Câmara ano passado. Saiu para tratamento de saúde. Diz que, desde então, não teve mais contato com qualquer parlamentar. “Não falei e nem fui procurado por nenhum vereador desde meu afastamento”, garantiu.
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